Temperatura feminina
Vá querer entender
essa mulherada. No começo de dezembro, por volta das 13h, em baixo de um calor
quase insuportável, numa rua do centro da cidade, vejo passar um grupo de
estudantes, conversando animadamente e no meio desse grupo vai uma garota de
aparentemente uns 18 a 20 anos, com um pirulito na boca, usando calça jeans, tênis
e, (pasmem) um casaco de lã com touca do próprio casaco, como se estivesse
sentindo frio. Todos conversavam e tiravam as brincadeiras próprias da idade,
inclusive a dita cuja friorenta. Minutos antes eu tinha passado pelo relógio
digital do centro e marcava 38 graus. Lembrei imediatamente do festival de
inverno da cidade, que acontece em julho com festas e apresentações das mais
variadas em plena rua, onde as temperaturas chegam facilmente a 18 graus ou
menos. É quando se vê garotas usando saias mínimas, quase mostrando a bunda, sandálias
abertas e blusas aparecendo costas e peitos quase a mostra, e, claro, não usam
casaco nem qualquer proteção contra o frio. Durante o verão, elas chegam ao
trabalho reclamando do calor que faz lá fora, mas, em menos de 15 minutos,
estão também reclamando do frio do ar condicionado, chegando até a pedir que
desliguem o sistema, pois “Esse povo parece que tem couro de sapo”, dizem. Mas,
se o ar condicionado é desligado, deixando todos os homens esbaforidos e
molhando as roupas de suor, elas comentam “Tá vendo que é muito melhor assim
sem frio”, e seguem se abanando com um papel. Dá uma vontadezinha de esganar
mas... Melhor achar graça, pra não ter um enfarte.
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