Em Algum Lugar do Passado

Em Algum Lugar do Passado  (Somewhere In Time)

Antes de qualquer coisa quero avisar ao moço ou moça que lê isso agora, que não tenho predicados nem pretensões de crítico musical. Simplesmente gosto de boa música e saio por aí futucando. Isso pode ser pelas rádios, internet, conversas com amigos, sebos de vinil, liquidações de lojas de cd, enfim...
Minha opinião aqui revelada se trata apenas das impressões que as músicas me causam, as viagens musicais que me permito ao ouvir. As emoções, as imaginações, as suspirações e os estados de espírito que me provocam os bons acordes e as belas vozes. Por isso vamos ao que interessa. Se interessa a esse moço e essa moça que disseram me acompanhar, a quem desde já agradeço pela companhia.


Se você gosta de cinema já deve ter assistido ou ouvido falar do filme “Em Algum Lugar do Passado”, com Christopher Reeve (sim, o primeiro super homem) e a bela Jane Seymour.Se nunca assistiu, minino, minina, numa locadora boa se encontra, não deixe de ver. O tal filme conta a história de um escritor de peças  de teatro que recebe um presente inusitado de uma velha senhora que lhe faz um estranho pedido, enquanto entrega o presente “volte prá mim” diz a senhora e sai de cena. Tempos depois, o escritor se hospeda em um hotel de luxo bem antigo e vê no museu do hotel uma foto de uma atriz que se hospedou nesse mesmo hotel há muitos anos atrás, quando ele ainda nem era nascido. Imediatamente ele se apaixona pela atriz da foto e percebe que ela era a velha senhora que lhe deu o presente. A partir daí, ele decide voltar no tempo e encontrar o seu amor.



Pois bem, embalando esse filme de ótima fotografia, belíssima reconstituição de época, boas interpretações, história de amor impossível ou não, boa direção, etc. A música não poderia ficar atrás. Tenho o CD com a trilha original, música composta e conduzida por John Barry, compositor de trilhas de vários filmes.
O tema principal já é de emocionar, embora é claro, se você viu o filme fica melhor ainda. Começa com a orquestra chegando aos poucos com cordas suaves delineando o tema principal. Em seguida entra um piano suavíssimo dedilhando o mesmo tema. As faixas 3 e 4 são bem “trilhas” mesmo, que servem para o momento das cenas as quais acompanham e repete-se o tema principal com outra roupagem. Aí vem a faixa 5, “Rhapsody On a Theme of Paganini” de Rachmaninoff, e aí é deslumbre total. Um solo de piano sensível, que chega devagarinho, e quando a gente começa a gostar mais e mais, acaba. Faixas 6 e 7, também voltadas mais pras cenas e a 8 mostra o tema principal de uma forma mais triste, mais saudosa, num andamento mais lento, como se houvesse um arrependimento, um começo de saudade grande, um choro que começa a brotar num nó de garganta.
E termina com a 9, a música dos créditos no filme, o tema principal tocado totalmente, num arranjo pra piano e orquestra, de maneira reflexiva, pra fazer a gente pensar na vida e lembrar que dali em diante as coisas podem ser melhores, ou pelo menos, mesmo que não melhores mas, com possibilidades mais sonoras. Acho bom ver o filme e ouvir a trilha depois, aproveite pra pensar nas coisas boas da vida e viajar nas ondas  maravilhosas da música suave.

Comentários

As mais lidas