Quem mandou falar o que não devia ?
Queridos
seguileitores, como vão vocês ? Espero que todos bem. Seu Zé, dona Maria,
aposto que nem se lembravam mais desse amigo que vos fala.
Tem nada não,
continuo falando. Querendo os senhores e senhoras ou não. Posso até passar um
tempinho a mais sem dar notícias mas volto. Volto com mais umas palavras garimpadas
por entre expressões escutadas dessa gente boa e agrestina meridional pernambucana.
Eita que apelido tão grande dessa gente. Mas deixando de tanto leriado, parece
até que ganho alguma grana pra puxar um assunto sem assunto feito este. Vamos ao
que interessa.
Tome a primeira
palavra de agora : R E L A
É assim mesmo “rela”.
Ta pensando que é invenção minha? Não
Senhora, não Senhor. Por aqui por minhas bandas de Pernambuco “rela” é a mesma
coisa que carão, reprimenda, pito. Assim: menino ta sendo malcriado, a mãe chega,
chama num canto e passa-lhe um “rela”, se continuar a malcriação, bota de
castigo. Ou então turma de adolescentes na escola fazendo a maior zueira e de repente
a diretora aparece e fica aquele silêncio. Pode se preparar que o “rela” vai
ser daqueles. Então: falou o que não devia? Tome “rela”. Deu pra entender ?
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E pra encerrar por enquanto, tem mais uma. E essa
mais uma vez, vem do meu renovado e inesgotável acervo ambulante, dona Secreta,
minha secretária para assuntos domésticos. Mas, em se tratando de dona Secreta,
vale a pena contar a situação. É rapidinho, tenha paciência, deixe de agonia.
Estava eu calmamente almoçando (como se fosse
possível, em dia de faxina, com a secretária a todo vapor, limpando a casa e
falando sem parar) e eis que se não quando (vixe, sempre quis usar esta expressão),
a dita cuja secretária pára na minha frente, com uma flanela no ombro, a
vasoura na mão e me intima – O senhor disse que hoje a gente lavava o portão da
frente, se “alembra” ? – me fiz de quase desentendido e balancei a cabeça
confirmando – “apois” então de hoje não passa. Quando terminar de comer vá
tirar uma “FURGA” enquanto eu lavo os prato e depois lhe chamo pra gente ir por
portão.
Pronto, me lasquei, tinha que ajudá-la a
lavar o infeliz do portão de alumínio da gente da casa, conforme prometido e
adiado várias vezes. Daquele dia não escaparia. Ainda bem que antes de começar
o trabalho poderia tirar uma “furga”. Garanto que o senhor e a senhora já sabe
do que se trata. “Furga” é somente um descanso, dar um tempo, tirar uma soneca,
relaxar um pouco.
Pois é, depois do almoço tirei minha "furga" com um cochilo de 30 minutinhos na minha rede e ao acordar cumpri o prometido.
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