Viagens Musicais


Ola Seu Zé, boa noite Dona Maria, prezados seguileitores, andei tendo umas idéias musicais (calma, não sou compositor). Veja bem ( não gosto de começar frases com  “veja bem” mas, não arranjei coisa melhor), tenho comigo, de propriedade minha, mais ou menos uns trezentos CDs originais de música. Sabe  o que é isso? Pois é, CDs originais, comprados mesmo, em lojas de verdade e não baixados pela internet. Pois é, moço e moça, isso ainda existe sabia ? Música não vem só da internet nem tampouco das calçadas e camelôs que vivem pirateando as obras e transformando-as em lixo, em torno das sarjetas das cidades. Ah Seu Zé  e Dona Maria, coitados dos artistas que levam a sério sua arte musical. Enfim, vamos direto ao assunto, se não eu emendo outra conversa e perco do fio da meada. Como estava falando, vou começar a escutar todos os meus CDs, um por semana e comentar sobre eles. Prosear um pouco sobre música, falar das minhas impressões sobre cada um e por aí vai. Claro que não me atreverei a fazer análises profundas em nível de crítica musical, pois não tenho a menor pretensão nem capacidade para isso. Serão apenas impressões que venham do coração, junto com a tentativa de expressar o que a música me inspira na alma. Serão apenas viagens musicais.

Ta vendo como falo demais?

Vou começar logo com o primeiro CD.
Olhe Seu Zé, escute Dona Maria, prestem atenção moço e moça  que agora me acompanham nestas mais ou menos traçadas linhas. Tenho certeza que vocês nunca ouviram falar, muito menos ouviram tocar alguma música de um grupo chamado Garganta Profunda.  Peraí Seu Zé, no máximo, talvez o Sr. já tenha ouvido falar  de um filme pornô que tinha esse título (o famoso “Deep Throat” de 1972, com a atriz (atriz?) Linda Lovelace). O tal filme contava a história de uma mulher que nunca tinha sentido um orgasmo e depois de várias tentativas infrutíferas, um médico descobre que o clitóris da tal Linda, estava situado num lugar pra lá de estranho e inesperado. Imagine onde? Na garganta, isso mesmo. Já dá pra descobrir o que acontece a partir de então não é?  Daí o nome do filme. Pronto, agora já foi a explicação cinematográfica. Vixe !


Voltemos. Nos idos dos anos oitenta, mais precisamente em 1985 e 1986, surge no Rio de Janeiro um grupo musical chamado “Orquestra de Vozes Garganta Profunda”, cantando e teatralizando músicas de uma maneira única e inusitada, com muito bom humor, dramaticidade e principalmente sem perder a afinação. Era, sem dúvida, um grupo pra se assistir, eles faziam miséria no palco, fosse tocando, cantando, encenando, com muita energia  e momentos ótimos que podiam nos levavam de uma densa emoção até uma contagiante alegria. 
  
O CD que tenho é apenas uma amostra do grupo cantando músicas como Modinha(de Jobim), O Pato(de Jaime Silva), Divino Maravilhoso(de Gil e Caetano), Yesterday (de Lennon e McCartney) e outras pérolas musicais.
E vale a pena escutar viu?  Pode acreditar Dona Maria, são vozes bem trabalhadas que passam emoção e veracidade nas canções, com arranjos agradáveis, sem muito enfeite, onde sobressaem as seguras vozes dos componentes. Nada extravagante, nada simples demais, tudo bem dosado e gostoso de ouvir. Seu Zé, pare de tentar lembrar da Linda Lovelace e curta o grupo musical. Moço e moça, pesquisem na internet, tem músicas cantadas de uma maneira bem legal com os Gargantas. 

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