Do Baú

Vasculhando os alfarrábios (será que o Sr. ou a Sra. sabem que palavra danada é essa ?), descobri esses errantes versos que seguem:


A Fortaleza Azul


O que encontrei em ti
Não existe em outro lugar
Como espécie rara, talvez única,
De pessoa existente

Em ti encontrei
A confiança maior que alguém pode ter
A maior certeza de amor pureza,
A própria essência que mantém acesa
A luz da vida

De ti irradia
A segurança do saber
A força positiva da paz
A cor melhor da alegria
O estímulo da fé
O despertar do amor

Tu que te entregas inteira
Sem pedir nada em troca
És fortaleza segura
Que me faz feliz
Presente por todo o sempre...
Como o sol,
Que é sempre o mesmo,
Mas faz cada dia
Brilhar diferente




Madrugar


Agora sou grão de poeira
À deriva,
Uma migalha de luz
Ou inseto perdido

Resta pensar no amor
Tão longe
Ou mesmo se aprofundar na noite
Perder-se
Na vodka, no cigarro, na música,
No papel branco, entre as palavras...
Ou esperar passar o tempo
Que entra pela fresta da janela
Embalado no vento
Enrolar-se no tic-tac das horas
E amanhecer


E Por Falar em Saber

Agora posso dizer que sei
O que falar de solidão.
Não por estar aqui
Entre quatro paredes, brancas...
Não por o cigarro aceso, branco...
Com um fio de fumaça no ar, branca...
O papel à frente, à espera, branco...
E a música, indispensável,
Talvez branca...

O tempo passa, brinca, demora, demonstra
As outras cores
Do corpo, sem dono, a espera
Da janela, aberta prá noite
Do vento, leve, que leva...
E se confunde, com luz
Tempo e luz
Que falam e mostram
O só de cada coisa
Essência
O ser sem cor,
Simplesmente
Em suave transparência

Comentários

As mais lidas