Dona Secreta e os santinhos
Queridos amigos e
seguileitores, lembrei agora que faz tempo que não conto mais uma de Dona Secreta,
minha secretária para assuntos domésticos.
Faz tempo mas, não
esqueci e por causa disso tome mais uma:
Os santinhos de
eleição
Estávamos chegando
em minha casa (Dona Secreta e eu), ela entrou na frente, já fazendo as coisas,
batendo o capacho reclamando da poeira, abrindo a caixa de correio, pegando as correspondências,
olhando se os pardais tinham "cagado" muito e recolhendo os santinhos de candidatos
a vereador, que tinham sido jogados no terraço e, claro, reclamando do povo que
não tinha nada pra fazer, a não ser sujar os terraços dos outros. Mas, enquanto
recolhia os santinhos, começou a observá-los mais atentamente. Eu percebi o
interesse dela e fiquei ali parado olhando.
- Mais óia mermo! –
falava conversando com o santinho em sua mão – Fulano enfermeiro – dizia o nome
do candidato, parecia que estava lendo - esse cabra toda eleição de canidata e
num faz nada, só fica ali na frente do hospital fumando e conversando lorota,
se o sinhô passar lá agora, vai vê.
- Minino, mai vê
mermo! Espia, Maria professora, tão bonita, tão trabalhadera, e ainda solteira. Sabia
não que tinha se candidatado esse ano. Será que eu voto até nela?
Pegou o terceiro
santinho, olhou, afastou um pouco, virou pra um lado, desvirou e disse:
- Haroldo. Haroldo ? Voti, esse nunca vi falar. Juntou tudo num cantinho, deixando pra recolher com a vassoura depois.
- Haroldo. Haroldo ? Voti, esse nunca vi falar. Juntou tudo num cantinho, deixando pra recolher com a vassoura depois.
Quando ela saiu eu
me aproximei e fui olhar os santinhos dos tais candidatos. Realmente estava lá
o fulano enfermeiro, a Maria professora e o terceiro, Haroldo, que ela nunca
ouviu falar. Tava escrito no santinho, Orlando.
Voti.
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