Confiança acima de tudo
Como saber se devo
confiar em alguém?
Pense numa coisa
difícil de responder.
Confiar apenas por
ser parente, esposo, esposa ou amigo de muito tempo? Confiar por ser
companheiro, companheira ou conviver por longo tempo no trabalho ou escola?
Confiar por ter crescido junto ou ter sobrevivido a uma grande tragédia com
aquela pessoa?
Por que não
confiar em alguém?
Porque não se é
parente, se conhece há pouco tempo, não tem informações a respeito dele ou
dela? Porque o outro ou a outra cometem erros? Pai, mãe, filhos, amigos,
conhecidos de longa data, casados, companheiros, não erram?
Qualquer um de nós
é capaz de fazer qualquer coisa, da mais singela e caridosa até a mais vil e
escandalosa possível, depende da necessidade ou situação que estejamos
passando. Todos nós, sejamos pais, mães, filhos, esposos, esposas,
companheiros, companheiras, amigos, amigas, demais parentes, conhecidos ou não,
temos uma capacidade imensa de cometer erros e prejudicar alguém por isso.
Mesmo que sem intenção, mas cometemos. Todos nós, independente de classe
social, cor da pele, ideologia, gênero, religiosidade, temos a tendência
inexorável de interpretar o que ouvimos ou vivenciamos de acordo com o nosso
único entendimento, o que poderá então gerar uma opinião diferente em cada
pessoa, referente a cada assunto ou expressão ou pensamento ou palavra ou
acontecimento. Daí, o saber de um, pode ser totalmente diverso do outro, mesmo
em se tratando da análise de um mesmo ponto, gerando a discórdia e por sua vez
a desconfiança.
Enfim, em poucas
palavras, somos humanos e falhos, sempre, cabendo a nós mesmos a avaliação de
confiar ou não em alguém. O que poderá gerar outra pergunta difícil. Podemos
confiar em nós mesmos?
Nada temos que nos
sirva de base ou garantia para confiarmos em alguém. Temos apenas nosso falho
poder de análise e no final, confiamos ou não porque queremos. Confiamos ou não
pelo que nos é dado a perceber, pelo que nos é mostrado pelo outro. Nada nos
garante que aquilo que vemos e sentimos não seja apenas uma interpretação nossa
do que nos é mostrado já também pela impressão do outro em revelar o que lhe
convém. Nada nos garante que o outro nos revela a sua essência profunda e
verdadeira, ou apenas a máscara, fantasia ou personagem usados naquela relação
que, quando sai daquele contexto, muda completamente de máscara, fantasia ou
personagem para se adaptar ao próximo momento. Tudo isso vale prá nós também. E assim vai. E assim somos. E
assim vivemos, nos achando o máximo, só porque pensamos.
Pensamos?
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