O Nada
O vazio não
é oco. É cheio de muito caber. Parece quase pesar, como se o ar se condensasse
e fosse preciso quase nadar por entre ele.
O vazio é
cheio de nadas, mas, esses nadas que se refletem nos espelhos da alma e nos
pensamentos que não calam.
O vazio é
cheio de faltas, como essas faltas que nos fartam de tanto faltar, como se a
alma sentisse sede e nunca qualquer água fosse suficiente, como não é.
O vazio se
completa em si e se alimenta de todo o mais. Se revela ao redor de tudo, se
mostra até, incansável, impenetrável, ridículo.
O vazio se
pode chamar, se pode escutar, se pode envolver, como se sintonizasse.
O vazio
poderia se chamar “Saudade”. E depois, reticências, sem ponto final.
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