Razões para chorar



Quase de uma tacada só, partiram Ariano Suassuna e Eduardo Campos. Símbolos representativos de gerações diferentes e donos de uma pernambucanidade acentuada, apesar de Ariano não ter nascido em Pernambuco mas, ter adotado o estado como se o fosse.
Ariano se vai na plenitude de seus 87 anos de uma vida ativa, em franca produção literária, artística, cultural, filosófica, influenciando tantas áreas humanas, com suas palavras e ideias peculiares e sempre bem humoradas.
Eduardo Campos se despede abruptamente, aos 49 anos, de forma trágica, num acidente de avião, depois de realizações que o tornaram um dos mais queridos governantes do país e, atualmente engajado em um projeto de luta, esperança e compromisso em promover o futuro melhor de um povo carente e esperançoso, que confiava em sua figura tão carismática, simples, de opiniões fortes, decididas e colocações ponderadas que conquistavam e mostravam a sinceridade em seus olhos e face de pernambucano verdadeiro.
Passados alguns dias, ainda estamos em luto, ainda choramos. Ainda há quem diga que somos um povo chorão. Ainda permeia a tristeza por entre os altos coqueiros, por cima das mornas águas do atlântico que banha nosso litoral de belas praias, pelas ruas de trânsito pesado e pelas belas pontes da Veneza brasileira, por cima do velho Capibaribe que corta o Recife lacrimoso. Talvez ainda restem lágrimas nos olhos desse povo chorão, que sempre fez e continuará fazendo história nesse país, através de exemplos de amor, verdade, luta, paixão e compromisso com toda uma brava nação pernambucana e brasileira.

Vai em paz Eduardo. Que as nossas lágrimas nos ensinem e nos deixem a tua coragem e teu carinho, que nossas lágrimas limpem a nossa visão e nos levem a ver e vivenciar o país que você sonhou para todos nós.

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