Fumaça



Uma vez você falou
Que era meu o seu amor
E ninguém mais vai separar você de mim.
Que mentira mais sem graça
Era só você, querendo se fazer melhor
Como era mesmo? Cachaça.
Eu nem me dei ao trabalho de pesquisar seu nome no google nem tão pouco desconfiar da sua cara de brincadeira sem a menor verdade nos olhos ou mesmo achar que era demais para a primeira noite já ir dizendo isso sem menos nem mais.
Pirraça.
Agora você vem dizendo
Adeus.
Já vai tarde demais
Me segura se não vou pichar teu nome por aí,
junto de outro nome feio
posso até achar um meio
de ficar sem dó, sem receio.
Arruaça.
Que foi que eu fiz pra que você
Me trate assim?
Dane-se, foda-se, quebre-se, arrombe-se, perca-se, rasgue-se,
atropele-se, corte-se, arranhe-se,
mas, não suma, nem morra.
Apenas esconda sua cara de mim
E diga sempre sim
Pra gente ter fim.
Toda ternura, que eu lhe dei
Ninguém no mundo, vai te ofertar
Os teus cabelos, só eu sei, como afagar.
E a vontade de apertar teu pescoço sem fazer muita força só para te deixar sem respirar um pouco enquanto teus olhos olham os meus bem de perto e de seus lábios tentam sair palavras de desespero sem conseguir.
Vou te lembrar tuas trapaças.
Bem baixinho ao teu ouvido, relembrar teus segredos
que só eu sei. Sem te deixar falar mais.
São todos bem reais
Me esquecer?
Jamais
O meu pobre coração
que já não quer mais ilusão
já não suporta mais sofrer ingratidão.
Agora você vem dizendo, adeus
Que foi que eu fiz, pra que você me trate assim?
Nem fiz tanto mas, agora faço
no mesmo compasso
da nossa música preferida.
Com olhos de aço,
sigo teus passos e te vejo
desaparecer aos poucos
na certeza do sempre,
no distrato do trato
sem trago.
Fumaça.

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