Mesmice futebolística
Não sei se há coisa
mais boba e repetitiva do que reportagens ou matérias sobre futebol. As
conversas e os fatos e notícias são sempre os mesmos de dez, quinze anos atrás.
Jogadores novos que começam a aparecer, veteranos que começam a se despedir,
trocas dos mesmos técnicos entre os mesmos times prometendo “virar o jogo”,
“trabalhar em conjunto”, “mudar os paradigmas” e por aí vai. Jogadores que
mudam de time e são vendidos e/ou comprados como qualquer mercadoria valorizada
ou não, descartáveis no seu devido prazo de validade. E as brilhantes
declarações dos falantes atletas? Uma enxurrada de pérolas da mesmice que se
perpetua, como se eles passassem as falas de geração a geração. Trocam as
camisas durante as entrevistas e imediatamente, ao se vestirem com o novo
padrão e se assegurarem das cifras, por vezes bilionárias, já assumem os novos
times como “do coração”. E tome declarações inovadoras tipo, “sempre sonhei em
fazer parte desse grupo”, “só Deus e minha família sabem o que eu passei pra
chegar aqui”, “prometo fazer de tudo para agradar essa torcida maravilhosa”,
“nosso objetivo é fazer o melhor possível para conseguir a vitória” e verdades
assim que o valham. Mas, sem dúvida, às vezes é divertido assistir ou escutar,
quando não se tem nada mais útil pra fazer. As diferenças estão apenas nos
cortes de cabelo, nas tatuagens e nas ostentações deles mostrando brincos,
carros e iphones. Mas isso é normal. Torcedor fanático também é a mesma coisa,
só muda de time.
Comentários