Um Papa, um homem
O Papa caminhava sozinho, devagar, subindo a longa rampa
diante da praça vazia, cercado de silêncio e chuva, Roma parecia chorar. Passo
a passo seguia para sua missão de manifestação de fé e responsabilidade,
representando e levando consigo o peso de uma comunidade universal, tendo o poder
de abençoar um planeta adoecido e triste. Naquele momento, na grandeza do poder que lhe foi
concedido, toda a humanidade estava ali com ele diante de Deus,
nas mãos de súplica de um pontífice solitário, sério e ajoelhado à espera do
milagre da cura planetária.
Um homem velho caminhava sozinho na praça imensa, vazia e
silenciosa com passos lentos e um leve manquejar. A chuva deixava respingos em
seu traje como se a noite lembrasse que as gotas poderiam ser lágrimas do mundo
que adoece ao redor. O homem seguia decidido para cumprir seu destino com seu
rosto marcado pelo tempo e olhar decidido. O que pensava aquele homem? Quais
suas dores? Quão importante seria ele para o mundo? Quem ele achava que era? A maior autoridade
sobre a face da terra? Um simples mortal sem qualquer importância? Um Papa?
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